Tom na Fazenda reestreia em 12 de janeiro no Teatro Dulcina

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Indicado aos principais prêmios de artes cênicas de 2017, “Tom na Fazenda” começa o ano em curta temporada no Teatro Dulcina, de 12 a 28 de janeiro, a preços populares

Tom na Fazenda reestreia em 12 de janeiro no Teatro Dulcina

  • Obra do premiado autor canadense Michel Marc Bouchard aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, violência e fracasso
  • Idealizador do projeto, Armando Babaioff assina a tradução do texto e divide a cena com Camila Nhary, Gustavo Vaz e Kelzy Ecard. Direção de Rodrigo Portella 
  • Peça comemora o marco de 100 apresentações na data da reestreia (12 de janeiro), quando também será lançado o livro pela editora Cobogó

 

Indicações 2017: 

Prêmio Shell de Teatro (5 indicações): Direção (Rodrigo Portella), Ator (Armando Babaioff e Gustavo Vaz), Cenário (Aurora dos Campos) e Música (Marcelo H.) 

Prêmio Cesgranrio de Teatro (7 indicações): Direção, Ator (A. Babaioff e Gustavo Vaz), Cenário, Iluminação (Tomás Ribas), Espetáculo e Especial (Lu Brites, pela preparação corporal) 

Prêmio Botequim Cultural (10 indicações): Direção, Ator (A. Babaioff), Ator Coadjuvante (Gustavo Vaz), Atriz Coadjuvante (Kelzy Ecard e Camila Nhary), Figurino (Bruno Perlatto), Cenário, Iluminação, Música e espetáculo 

Prêmio Cenym (17): Espetáculo, Direção, Ator (A. Babaioff), Ator Coadjuvante (Gustavo Vaz), Atriz Coadjuvante (Camila Nhary e Kelzy Ecard), Texto Adaptado, Qualidade Artística, Qualidade Técnica, Elenco, Preparação Corporal (Lu Brites), Iluminação, Cenário, Montagem, Cartaz ou Programação Visual (Bruno Dante), Fotografia de Publicidade (José Limongi, Renato Mangolin e Ricardo Brajtman) e Trilha Sonora   

Uma das peças mais aplaudidas de 2017 e indicada em 39 categorias dos principais prêmios de teatro, “Tom na Fazenda” começa o ano em sua quarta temporada no Rio de Janeiro, agora no Teatro Dulcina, a partir de 12 de janeiro, data em que comemora sua centésima apresentação e que marca o lançamento do livro da peça, pela editora Cobogó. Idealizado pelo ator e produtor Armando Babaioff, que também assina a tradução, a montagem tem apresentações de sexta a domingo, às 19h, até 28 de janeiro. Dirigida por Rodrigo Portella, a peça traz no elenco Camila Nhary, Gustavo Vaz e Kelzy Ecard, além do próprio Babaioff.

Com cinco indicações ao Prêmio Shell, sete ao Cesgranrio, dez ao Botequim Cultural e 17 ao Cenym, a peça é baseada no original Tom à la Farme, do autor canadense Michel Marc Bouchard. Foi numa conversa com um amigo que Babaioff tomou conhecimento do filme Tom na Fazenda (2013), uma adaptação da peça homônima, com direção do franco-canadense Xavier Dolan (premiado no Festival de Cannes por Mommy, em 2014). Arrebatado pela obra, o ator começou a traduzir a peça, que aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, a impotência, a violência e o fracasso.

Na história, após a morte do seu companheiro, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral.  Ao chegar, ele descobre que a sogra (Kelzy Ecard) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão (Gustavo Vaz) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, onde quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.

“Somos felizardos em poder contar essa história e gratos à trajetória que a peça está realizando sem qualquer recurso vindo de leis de incentivo. Estreamos em março de 2017 no Oi Futuro, com patrocínio da Oi, mas findada a temporada, ficamos sem apoio. A nossa grata surpresa foi o Teatro SESI Centro, que foi ousado em nos convidar para ficar em cartaz numa sala com mais de 300 lugares e, para nosso espanto, sempre esteve lotada. Tivemos fôlego ainda para uma temporada de outubro a dezembro no Poeirinha, com ingressos esgotados”, comemora Babaioff. “Manter o espetáculo em cartaz enquanto tiver público para nos assistir se tornou uma regra. Temos que resistir neste tempo em que a cultura é atacada de uma forma muito covarde e cruel”, completa. 

A peça conta uma história bastante comum entre jovens de várias gerações, mesmo de culturas diferentes. No Canadá, no Brasil, no Oriente Médio, no Japão ou na África do Sul, homens e mulheres jovens aprendem a mentir antes mesmo de aprenderem a amar. As famílias, guardiãs das normas sobre a sexualidade, garantindo sempre a heteronormatividade, inserem nos próprios membros a semente da homofobia.

“Todo redemoinho que devastará a vida dos que fogem das normas surge no núcleo de suas próprias famílias”, comenta Rodrigo Portella, que opta, mais uma vez por uma encenação com poucos elementos para que as sutilezas das relações propostas pelo texto se sobressaiam. “Bouchard compôs uma obra de estrutura impecável. Ele vai fundo nas contradições dos seus personagens, o que os torna muito próximos de nós”, acredita o diretor.

SOBRE MICHEL MARC BOUCHARD (autor)

Michel Marc Bouchard, 58 anos, nasceu em Saint-Coeur-de-Marie, em Quebec, no Canadá. Formado em teatro pela Universidade de Ottawa, fez sua estreia profissional como dramaturgo em 1983 com Contre-nature de Chrysippe Tanguay, Écologist, e, desde então, escreveu mais de 25 peças que foram traduzidas em diversas línguas e apresentadas em muitos países e festivais. Bouchard foi condecorado Cavaleiro da Ordem Nacional de Quebec, em 2012.

Sua obra mais conhecida é Lillies (Les Feluettes ou la Répétition d’un Drame Romantique), que posteriormente foi roteirizada e dirigida por John Greyson em seu filme homônimo. The Painter Madonna foi sua primeira peça traduzida para o inglês. Entre suas obras mais conhecidas, destaque para The Coronation Voyage (Le Voyage du Couronnement), Down Dangerous Passes Road (Le Chemin des Passes-Dangereuses) e Written on Water (Les Manuscrits du Déluge). Sucessos no teatro, as peças The Orphan Muses (Les Muses Orphelines) e Tom at the Farm (Tom à la Farme) também foram adaptadas para o cinema pelos diretores Robert Favreau e Xavier Dolan, respectivamente.

Ao longo de sua carreira, Bouchard foi agraciado com importantes prêmios de artes cênicas no Canadá: Prix Journal de Montreal, Prix du Cercle des Critiques de L’outaouaisMoore Award Dora Mavor for Outstanding New PlayFloyd S. Chalmers Award Canadian Play. Recebeu nove prêmios Jessie Richardson Theatre Awards para as peças Lillies e Les Muses Orphelines.

SOBRE ARMANDO BABAIOFF (Idealizador, tradutor e ator)

Formado pela escola Estadual de Teatro Martins Pena e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) em Artes Cênicas. Como integrante da Quantum Cia. de Teatro, Babaioff fez de diversas montagens sob a direção de Rodrigo Portella. Em 2004, protagonizou, ao lado de Vera Fischer, A Primeira Noite de um Homem, com direção de Miguel Falabella.

No teatro, participou ainda dos espetáculos O Santo e a Porca (2008), de Ariano Suassuna, com direção de João Fonseca, pelo qual foi indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante pela APTR; A Gota d’Àgua (2009), de Chico Buarque e Paulo Pontes, também com direção de João Fonseca; Rockantygona (2011), baseado na obra de Sófocles, com direção de Guilherme Leme Garcia; Escola do Escândalo, de Richard B. Sheridan, com direção de Miguel Falabella; A Propósito de Senhorita Júlia, de August Strindberg, dirigida por Walter Lima Jr.; O que Você Mentir Eu Acredito, de Felipe Barenco, com direção de Rodrigo Portella.

Em 2009, criou a produtora ABGV Produções Artísticas, em parceria com o amigo e ator Gustavo Vaz. Pela primeira vez atuou também como produtor de teatro, com a peça Na Solidão dos Campos de Algodão, com texto de Bernard Marie Koltès e direção de Caco Ciocler. O espetáculo lhe rendeu uma indicação ao Prêmio de Melhor Ator pela APTR.

Na TV, estreou na novela Páginas da Vida, de Manoel Carlos, na TV Globo (2006). Na mesma emissora, participou das novelas Duas Caras (2010/2011), Ti-ti-ti (2010), Sangue Bom (2013). Protagonizou a série DOAMOR, ao lado da atriz Maria Flor, no canal Multishow.  No cinema, recentemente protagonizou o longa Prova de Coragem, baseado no romance Mãos de Cavalo, do autor gaúcho Daniel Galera e direção de Roberto Gervitz. Participou também de Introdução à Música do Sangue, com argumento de Lúcio Cardoso e direção de Luiz Carlos Lacerda. Atualmente está no ar na novela A Lei do Amor, na TV Globo, de Maria Adelaide Amaral.

SOBRE RODRIGO PORTELLA (diretor)

Natural de Três Rios, interior do Estado do Rio de Janeiro, o autor e diretor Rodrigo Portella dirigiu dezoito espetáculos. Foi indicado aos principais prêmios de artes cênicas: Prêmio Shell 2013 (Melhor Direção por Uma História Oficial e Melhor Texto por Antes da Chuva), Prêmio APTR 2010 (Melhor Iluminação por Na Solidão dos Campos de Algodão, com direção de Caco Ciocler) e Prêmio Cesgranrio 2016 (Melhor Texto por Alice Mandou um Beijo).

Entre 1996 e 2008, Rodrigo morou no Rio de Janeiro, período em que cursou direção teatral na UNIRIO e publicou o livro Trilogia do Cárcere. Em 2009, retornou à sua cidade natal, onde fundou a Cia Cortejo. Realizou cerca de 200 apresentações de Antes da Chuva por todo o país, com o projeto Palco Giratório em 2015, além de duas temporadas em Buenos Aires, na Argentina e Quito, no Equador.  

Atualmente, se dedica a pesquisar as experiências de Charles Deemer e o Hiperdrama no Teatro, por meio de uma bolsa da FAPERJ, sob orientação do encenador Moacyr Chaves. Rodrigo é também diretor geral do Off Rio – Multifestival de Teatro de Três Rios, que em 2018 chega à sua sexta edição.

FICHA TÉCNICA

Texto: Michel Marc Bouchard.

Tradução: Armando Babaioff.

Direção: Rodrigo Portella.

Elenco: Armando Babaioff, Camila Nhary, Gustavo Vaz e Kelzy Ecard.

Cenografia: Aurora dos Campos.

Iluminação: Tomás Ribas.

Figurino: Bruno Perlatto.

Direção Musical: Marcello H. 

Guitarras e violões: Jr Tostoi e Marcello H.

Preparação Corporal: Lu Brites.

Coreografia: Toni Rodrigues.

Programação visual: Bruno Dante.

Mídias Sociais: Egídio La Pasta.

Hair Stylist: Ezequiel Blanc.

Assistente de cenografia: Manu Libman.

Assistente de figurino: Luísa Marques.

Assistente de produção: Pri Helena.

Direção de Produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela.

Produção executiva: Milena Monteiro.

Produção: Galharufa Produções.

Idealização: ABGV Produções Artísticas 

 

 

TOM NA FAZENDA

Temporada: de 12 a 28 de janeiro – de sexta a domingo, às 19h.

Local: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara 17, Centro. Tel.: 2240 4879.

Capacidade: 429 lugares. Duração: 110 min.

Classificação indicativa: 18 anos. Gênero: Drama.

Ingressos: R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira)

Lista amiga: R$ 15 (@tomnafazenda)

Horário da bilheteria: de terça domingo, das 14h30 às 19h. 

 

 Assessoria de imprensa do espetáculo

Catharina Rocha – catharocha@gmail.com

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